Lento seria o movimento imposível do silêncio.
Lento era o tormento da curvatura da tua perna sobre a ravina.
Lento é o modo da tinta na língua da palavra.
A metáfora ignora tudo isso, e o texto flui como água.
(Amachuca-se a folha, retorna-se ao princípio:
Faz Sol. Está quente. E os personagens incomodados
com a espera, agitam os catálogos e jornais,
cheios de calor misturado com olhares de censura.)
Do silêncio impossível surge um modo de tinta que é um texto que flui como água.
(O poeta sossega, os personagem sorriem e ocupam aliviados os seus lugares.)
Começa agora.